Energia Inteligente


Energia Hidrelétrica

15-11-2010 12:40

  Em virtude do predomínio do relevo de planalto e da grande disponibilidade de recursos hídricos, as usinas hidrelétricas responderam, em 2002, por 72,9% da oferta de energia elétrica, seguidas das usinas termelétricas (12%) e das termonucleares ( 3,6%). O Brasil é o mais rico do mundo em água doce. Além de ser abundante, a hidrografia brasileira conta com a vantagem de ter água como fonte de energia renovável. Os rios são volumosos e, em sua grande maioria, perenes, isto é, nunca secam.

  Como você pode observar no mapa acima, há sete bacias hidrográficas no Brasil. Quatro delas destacam-se por sua extensão e pela importância de seus rios principais: a Amazônica, A Platina, a do São Francisco e a do Tocantins-Araguaia. A demais, bacias do nordeste, do Leste e do Sudeste-sul, são formadas por rios menores, agrupados por sua localização. (são as chamadas bacias secundárias).

  Como a grande maioria da nossa rede hidrográfica é constituída de extensos rios de planalto, 99% da energia elétrica do Brasil e de origem hidrelétrica. Entretanto, além de não ser totalmente aproveitado, esse grande potencial hidrelétrico, não está distribuído de maneira uniforme entre as regiões brasileiras. Veja a Tabela 1:

Tabela 1: Potencial Hidráulico total -BRASIL

Regiões Potencial (em %)
Norte

43,1

Nordeste 10,1
Sudeste 16,9
Sul 17,0
Centro-Oeste 13,8

 Fonte: Ministério de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional, 2003.

Bacia Amazônica: Com 3.904.393 km2, a nossa maior bacia hidrográfica. Drena terra de mais de 45% do teritório brasileiro. Seu principal rio, o Amazonas, nasce na Cordilheira dos Andes, no Peru, e recebe denominações diferentes até atingir o oceano Atlântico. No território peruano, é chamado de Apurimac e Ucayali.Ao entrar no território brasileiro, recebe o nome de Solimões, e apenas depois de receber as águas do rio negro, passa a chamar- se Amazonas.

  O Amazonas atravessa uma área de planícies e depressões, porém seus afluentes correm em áreas planálticas, dotando essa bacia de grande potencial hidrelétrico disponível (na verdade, o maior do Brasil). Entretanto, por estar localizado em uma região pouco habitada e com poucas indústrias, é pouco aproveitado para a geração de energia elétrica;

 

Bacia Platina: Os três principais rios dessa bacia, Paraná, Paraguai e Uruguai, nascem em território brasileiro e drenam terras do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina; Depois de receber o rio Paraguai em território Argentino, o Paraná junta-se ao Uruguai no estuário do Prata. A bacia Platina, portanto, é constituída de três bacias secundárias.

   Bacia do Paraná: é a segunda maior bacia e de maior aproveitamento hidrelétrico do país. Isso porque, além de atravessar uma área de planalto, banha as mais importantes áreas industriais do Brasil: o sudeste e o sul. Seu rio principal, o Paraná, é formado pela junção dos rios Grande e Paranaíba. Nele estão localizadas várias hidrelétricas, das quais a maior é a usina de Itaipu, que só será superada (em tamanho) pela usina de Três Gargantas, em construção no rio Yang-tse-Kiang (rio azul), na China.

   Itaipu: Na década de 70, Brasil e Paraguai assinaram um pacto histórico:a construção da maior usina hidrelétrica do mundo, a usina de ITAIPU; Em 1973, técnicos percorrem o rio de barco em busca do ponto mais indicado para a construção da Itaipu Binacional. O local é escolhido após a realização de estudos com o apoio de uma balsa. No coração da
   América do Sul, brasileiros e paraguaios indicam um trecho do rio conhecido como Itaipu, que, em tupi, quer dizer "a pedra que canta". 
Naquele local, encontrava-se uma ilha, quase sempre submersa, chamada Itaipu, logo após uma curva acentuada de rio, onde a correnteza parecia medir forcas com os barrancos e a poucos quilômetros da confluência com o Rio Iguaçu. Estudos indicavam para aquele ponto um rendimento energético excepcional, em virtude de um longo cânion escavado pelo Rio .

   O ano da assinatura do Tratado de Itaipu, 1973, coincide com a eclosão da crise mundial provocada pelo aumento do preço do petróleo. Intensifica-se a exploração de fontes de energia renováveis como forma de assegurar um vigoroso desenvolvimento para Brasil e Paraguai.A Itaipu Binacional é um marco para o setor elétrico dos dois países. Antes, os paraguaios dispunham de apenas uma hidrelétrica de pequeno porte, Icaray. Os brasileiros consolidam a opção pela energia produzida por meio do aproveitamento da força dos rios. A usina praticamente dobra a capacidade do Brasil de gerar energia. A potência instalada, que era de 16,7 mil megawatts, passa a contar mais 14 mil megawatts. O empreendimento é o terceiro ao longo do Rio Paraná em território ;

   O recorde de produção foi atingido em 2000, quando a Itaipu Binacional gerou 93,4 bilhões de quilowatts-hora. Em 2004, quando completou 20 anos de atividade, a usina já havia gerado energia suficiente para abastecer o mundo durante 36 dias.Com a totalização do seu projeto, Itaipu Binacional supera em 4 mil megawatts a potência instalada da segunda maior hidrelétrica do mundo, a Usina de Guri, na Venezuela.  O rendimento de Itaipu Binacional é excepcional, mesmo se comparado a usinas do futuro. A chinesa Três Gargantas terá uma geração da ordem de 85 bilhões de quilowatts-hora, 8,4 bilhões de quilowatts-hora a menos que a capacidade máxima já atingida por Itaipu Binacional.

   Maio de 2007. No mês em que Brasil e Paraguai celebram o 33º aniversário da assinatura do Tratado de Itaipu, entram em operação as últimas duas das 20 unidades geradoras previstas no projeto da usina. Com as 20 unidades geradoras em atividade e o Rio Paraná em condições favoráveis, com chuvas em níveis normais em toda a bacia, a geração poderá chegar a 100 bilhões de quilowatts-hora.

Texto extraído do site: https://www.itaipu.gov.br/nossa-historia 

   Bacia do Paraguai: É a nossa maior bacia genuinamente de planície. Seu rio principal, o Paraguai (2700 km), nasce no Brasil e atravessa terras paraguaias e argentinas; Suas cheias são responsáveis pela paisagem do pantanal Mato-Grossense. Favorável à navegação, faz ligação do Paraguai com o oceano atlântico.

   No Brasil, a tentativa de construir uma hidrovia no curso desse rio, tem encontrado muita resistência de ambientalistas, pelo fato de atravessar o Pantanal, "Patrimônio da Humanidade" e "Reserva da Biosfera". A hidrovia Paraguai-Paraná, deveria unir cinco países - Brasil, Bolívia, Argentina, Paraguai e Uruguai - estendendo-se de Cáceres, em Mato Grosso, até o estuário do Prata, num total de 3442 km.

 

Bacia do Tocantins - Araguaia: Localizada no coração do país, é a maior bacia inteiramente brasileira. Os dois rios formadores dessa bacia, nascem no estado de Goiás. Essa bacia possui gbrande potencial hidrelétrico. Em seu rio principal, o Tocantins, foi construída a hidrelétrica de Tucuruí, que abastece grande parte da região norte.

   Tucuruí: É a maior usina hidrelétrica em potência 100% brasileira, (8.370 MW)  localizada a cerca de 400 km de Belém no estado do Pará, município de Tucuruí, uma vez que Itaipu é binacional. Foi construída para a geração de energia elétrica e para tornar navegável um trecho do rio Tocantins cheio de corredeiras, ultrapassadas através de uma eclusa. A extensão total da barragem de terra tem 11 km.

   Sua construção foi iniciada em 1976, a obra principal, sendo uma barragem de terra, quebrou todos os recordes mundiais de terraplenagem e pode-se destacar seu vertedouro, que é o maior do mundo.Construída em duas etapas, Tucuruí tem capacidade instalada de 8.370 MW. As obras da primeira casa de força, com 12 unidades geradoras de 350 MW, duas auxiliares de 22,5 MW e potência instalada de 4.245 MW, foram concluídas em dezembro de 1992. Em Junho de 1998, foi iniciada a construção da segunda casa de força, com 11 unidades geradoras de 375 MW e potência instalada total de 4.125 MW, concluída em abril de 2007.

Fontes: https://www.pontosbr.com/detalhes.php?cod=139

https://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Hidrel%C3%A9trica_de_Tucuru%C3%AD

 

Bacia do São Francisco: O rio São Francisco, tipicamente de planalto, tem alto potencial hidrelétrico, com usinas que abastecem cidades tanto da região Sudeste como da região Nordeste. As principais são:

Três Marias: A Usina Hidrelétrica de Três Marias foi inaugurada em 1962 e tem 2.700 metros de comprimento, com um reservatório de 21 bilhões de metros cúbicos de água, sua potência instalada de 396 MW fornece 80% da energia consumida na região norte de Minas Gerais.Com a construção da barragem, o Rio São Francisco passou a ser navegável em qualquer época do ano. Com a instalação da usina, o governo federal assegurou o aproveitamento de inúmeras oportunidades de investimento na região principalmente na agricultura, pecuária, mineração, comércio e no setor de serviços.
   A Barragem de Três Marias, além de geração de energia, funciona como um termostato de regulação das águas do Rio da Unidade Nacional para evitar maiores danos em períodos de cheias e garantir a navegabilidade nos períodos de secas. Além disso, a represa garante a vazão média do rio de 500 m3/s para garantir fluxo de água para o Lago de Sobradinho (BA) e deste para outros como o complexo de Paulo Afonso (PE). Assim garantir a funcionalidade das Usinas Hidrelétricas instaladas e o aproveitamento do potencial de geração de energia para o Sudeste e o Nordeste do Brasil.

   A origem do nome Três Marias gera dúvidas até hoje. Algumas versões apontam para a menção astronômica das três estrelas pertencentes a constelação de Orion, perfeitamente vistas nessa região. No ponto de vista geográfico, há referencias que esse nome seria originário do número de cachoeiras existentes no local onde foi construída a represa que eram três. Na crendice popular contam os nativos da região que a denominação é atribuída às três irmãs que oravam à margem direita do rio. Outra história aponta para as irmãs trigêmeas de nome Maria que moravam no sopé de uma das cachoeira existentes. Essa cachoeira passou a se chamar Três Marias, mas foi extinta com a conclusão da barragem. A última versão, aceita pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), conta que três Marias teriam morrido no rio.

Fonte: https://www.funam.com.br/usina.php

https://www.ferias.tur.br/informacoes/4034/tres-marias-mg.html

 

Sobradinho:  A usina de Sobradinho garante uma vazão mínima igual a 2.060 metros cúbicos por segundo e permite assim, a utilização plena dos demais aproveitamentos hidrelétricos. Os 34,1 bilhões de metros cúbicos de água da represa de Sobradinho, inundam uma área de 4.214 Km2, numa extensão de 350 Km, formando o maior lago artificial da América Latina.

   Na região, quatro cidades: Casa Nova, Sento Sé, Remanso e Pilão Arcado que foram submersas pelas águas. Além da função de regularização plurianual do São Francisco, a usina hidrelétrica de Sobradinho com 1.050 MW acrescenta cerca de 4 bilhões de KW anuais de energia firme para o Nordeste.

Fonte: https://www.valedosaofrancisco.com.br/Economia/AproveitamentoEconomico-Hidroeletricidade.asp

 

Complexo hidrelétrico de Paulo Afonso:  O Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso é um conjunto de usinas, localizado na cidade de Paulo Afonso, formado pelas usinas de Paulo Afonso I, II, III, IV e Apolônio Sales (Moxotó), que produz 4.279,6 megawatts de energia, gerada a partir da força das águas da Cachoeira de Paulo Afonso, um desnível natural de 80 metros do rio São Francisco. Sendo assim, o Complexo de Usinas de Paulo Afonso tem uma das maiores capacidades instaladas dentre as usinas do Brasil, já que Itaipu com 12.600 MW é binacional (Brasil/Paraguai).

   A construção do Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso no início da década de 50 foi um marco para a Engenharia Brasileira, visto que foi necessário controlar e reverter o fluxo do Rio São Francisco, numa obra de Engenharia sem tamanho para aquela época, para então iniciar-se o processo de construção da barragem pra primeira usina (Paulo Afonso I).

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_Hidrel%C3%A9trico_de_Paulo_Afonso

 

 Xingó A usina hidreletrica de Xingó esá localizada entre os estados de Alagoas e Sergipe, situando -se a 12 quilometros do município de Piranhas e a 6 quilômetros do munícipio de Canindé de São Francisco. A posição da usina, com relação ao São Francisco, é de cerca de 65 km à jusante do Complexo de Paulo Afonso, constituindo-se o seu reservatório, face as condições naturais de localização, num canyon, uma fonte de turismo na região, através da navegação no trecho entre Paulo Afonso e Xingó, além de prestar-se ao desenvolvimento de projetos de irrigação e ao abastecimento d’água para a cidade de Canindé/SE.

   Compreendem o represamento de Xingó as seguintes estruturas: barragem de enrocamento com face de concreto a montante com cerca de 140 m de altura máxima; na margem esquerda (Estado de Alagoas) situa-se o vertedouro de superfície do tipo encosta com duas calhas e 12 comportas do tipo segmento com capacidade de descarga de 33.000 m3/s; na margem direita (Sergipe) estão localizados os muros, tomada d’água, condutos forçados expostos, casa de força do tipo semi-abrigada, canal de restituição e diques de seção mista terra-enrocamento, totalizando o comprimento da crista em 3.623,00 m. A usina geradora é composta por 6 unidades com 527.000 kW de potência nominal unitária, totalizando 3.162.000 kW de potência instalada, havendo previsão para mais quatro unidades idênticas numa segunda etapa.

   Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Hidrel%C3%A9trica_de_Xing%C3%B3

  

Para saber as Vantagens e Desvantagens desta energia acesse nosso BLOG, agradecemos ! 

 

 Para você não se cansar da leitura, postamos alguns vídeos abaixo que vão esclarecer melhor suas idéias sobre as usina hidreletricas. Há também um documentário sobre a maior usina hidrelétrica do mundo: a Itaipu.

 

 

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